A freguesia de Ermida, localizada no coração da Serra Amarela, a uma altitude média de 500 metros, em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), dista cerca de 16 km da vila de Ponte da Barca, a sede do concelho a que pertence.
Tem 61 habitantes (Censos 2011) e a sua atividade económica baseia-se na agricultura e pastorícia. O topónimo deriva de uma “ermida” com comunidade monástica pré-nacional dedicada a S. Silvestre (mártir bracarense do séc. V). A antiga freguesia fez parte do concelho de Aboim da Nóbrega até à sua extinção, em 1853.
Entre o património arqueológico mais importante de Ponte da Barca, a freguesia da Ermida contribui de forma muito significativa, tendo em conta a Estátua Menir. Este monumento do tipo estátua-menir era destinada a ser colocada ereta e parcialmente enterrada no solo como um menir, podendo assim ser observada de qualquer face. É esculpida em granito da região, é uma estátua feminina e mede 1,50m de comprimento por 0,45m de largura máxima na zona peitoral.
Até à descoberta do monumento da Ermida só havia no norte de Portugal três outras estátuas-menires conhecidas (Boulhosa, Chaves e Faiões) revelando no seu conjunto, uma certa heterogeneidade concetual.
Devido a um conjunto de características que a Estátua Menir apresenta pode-se situá-la entre finais do III milénio e meados do II A.C. Trata-se de uma escultura representativa da arte pré-histórica Ibérica. A sua construção terá ocorrido entre o final do Calcolítico e a 1.ª Idade do Bronze. Esta estátua-menir, de inspiração feminina, é um exemplo raro neste período, na medida em que as figuras femininas e maternais que inspiraram a arte dos períodos Neolítico e Calcolítico cedem lugar a outros motivos de inspiração.
Assim como a Estátua Menir, a Pedra dos Namorados é outro monumento que pode ser apreciado no Núcleo Museológico da Ermida e trata-se de uma estátua onde figuram duas personagens de mãos dadas, na descrição que se junta à estátua, no Núcleo Museológico, esta é descrita como sendo “muito possível que este singelo exemplar da nossa estatuária primitiva tivesse inicialmente um destino funerário como tampa de sepultura ou mesmo estela colocada verticalmente sobre o túmulo. Não é, porém, de rejeitar a sua criação como monumento de caráter votivo não meramente funerário. Sem qualquer inscrição alfabética que permita uma datação mais precisa, este monumento poderá ser, pelas suas características formais e de estilo, uma produção indígena de tempos pouco anteriores à conquista romana da região ou, a aceitar o seu paralelismo com monumentos congéneres do mundo romano, de uma época de plena romanização do Noroeste”.
As festas tradicionais da aldeia são S. Silvestre (última noite do ano), Senhora do Rosário e Coração de Maria (domingo seguinte à Páscoa), S. Sebastião e Santo António (2ª feira seguinte à Páscoa).
Referências Bibliográficas
MINHATERRA. Dicionário Enciclopédico das Freguesias, 1997.
O Arqueólogo Português, série IV, 3, 1985
http://censos.ine.pt/